terça-feira, 12 de agosto de 2008

Samuel Beckett, in 'Murphy'

Postado por Isa às 02:58
- Quem é que tu amas? - continuou Murphy.
- Eu, tal como sou. Podes desejar o que não existe, não podes amá-lo.
- Nada mal, para um Murphy.
- Se assim é, por que diabo te esforças tanto para me modificar? Para poderes deixar de me amar- aqui, a voz subiu e atingiu uma nota bastante honrosa
- Para deixares de estar condenada a amar-me, para seres dispensada de me amar.
 

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